FORTEC realiza sua primeira Missão Internacional e fortalece presença brasileira no cenário global da inovação

Participação brasileira inédita em evento da AUTM em Washington marca um novo capítulo na internacionalização dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NIT)

Em março de 2025, o Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (FORTEC) realizou sua primeira Missão Internacional, levando uma delegação de aproximadamente 20 profissionais brasileiros a Washington, D.C., para participar do congresso anual da AUTM (Association of University Technology Managers). O evento, que marcou os 50 anos da Associação, reuniu cerca de 2.200 especialistas de todo o mundo, consolidando-se como um dos maiores encontros globais sobre Transferência de Tecnologia.

A Missão representou um marco para o ecossistema brasileiro de inovação, reunindo representantes de Universidades, Institutos de Ciência e Tecnologia, além de órgãos governamentais e entidades de fomento, como a FINEP. Com uma agenda robusta e estratégica, os participantes tiveram acesso a experiências internacionais de referência, promoveram a troca de boas práticas e avançaram em importantes articulações institucionais.

Uma ideia amadurecida e bem executada

Segundo a presidente do FORTEC, Ana Torkomian, a possibilidade de realizar a Missão surgiu a partir de diálogos iniciados ainda em 2024, durante o Leadership Summit da AUTM, na África do Sul. “Quando soubemos que o evento de 2025 seria em Washington, onde a AUTM comemoraria seus 50 anos, vimos a oportunidade ideal para levarmos uma delegação brasileira. A partir daí, iniciamos os contatos com instituições como a Johns Hopkins University e o USPTO, e desenhamos a primeira Missão Internacional do FORTEC”, explicou.

O FORTEC contou com a parceria da Anprotec na execução, em uma ação conjunta que fortaleceu ainda mais a presença brasileira. A missão incluiu visitas técnicas à Embaixada do Brasil, ao United States Patent and Trademark Office (USPTO), à Georgetown University e à própria Johns Hopkins, além da participação nas atividades da AUTM.

Protagonismo brasileiro no evento

A participação da delegação brasileira foi amplamente reconhecida pelos organizadores da AUTM. “Chamou muito a atenção o fato de o Brasil estar presente com uma delegação robusta e articulada. Foi a primeira vez que isso aconteceu”, afirmou Ana Torkomian.

Durante o evento, representantes do FORTEC foram homenageados no Comitê Internacional da AUTM, que recebeu uma premiação de destaque. “Esse reconhecimento mostra que o trabalho que o FORTEC realiza no Brasil já começa a ter visibilidade internacional”, destacou a presidente. As premiações foram concedidas para Shirley Coutinho e Elizabeth Ritter, ambas Coordenadores da Área Internacional do FORTEC e integrantes do Conselho Consultivo, além da própria Presidente, Ana Torkomian.

Para Elizabeth Ritter, Coordenadora da Missão Internacional, a realização da Missão consolidou um posicionamento internacional do FORTEC e reforçou seu papel como articulador de parcerias e oportunidades para os NIT brasileiros. De acordo com a Ritter, “a Missão abriu caminhos para o fortalecimento das relações internacionais e colocou o Brasil em evidência como um ecossistema de inovação em expansão e com grande potencial de colaboração global”.

Visitas estratégicas e aprendizados práticos

Para os participantes, a Missão foi mais do que uma viagem técnica — foi uma imersão em modelos de excelência. Izabella Carneiro, da UNIFAL, destacou a importância das visitas técnicas e o aprendizado com o ecossistema americano de inovação: “Tivemos acesso a práticas consolidadas em Propriedade Intelectual e modelos de cooperação universidade-empresa. Isso fortalece as ações da nossa Agência de Inovação e Empreendedorismo.”

Pedro Marques, do SENAI/SC, ressaltou o papel estratégico da Missão na adaptação de boas práticas ao contexto da indústria brasileira. “Identificamos modelos eficazes de Transferência de Tecnologia e governança de PI que poderão ser aplicados aos Projetos Mobilizadores do SENAI. A troca entre os participantes também foi extremamente rica e fortalecedora.”

Pedro destacou, ainda, o papel do FORTEC na curadoria das agendas, na articulação do grupo e na criação de um ambiente propício à troca de experiência entre os participantes. Os aprendizados práticos foram divididos em três frentes por Marques: Gestão de Propriedade Intelectual, Modelos de Cooperação Universidade-Empresa e a Internacionalização de Centros de Inovação.

Desdobramentos institucionais e próximos passos

Entre os avanços mais relevantes da Missão está a aproximação do FORTEC com a ATTP (Alliance of Technology Transfer Professionals), entidade que concede credenciamento internacional a profissionais da área. “Essa aproximação é estratégica para o Brasil, pois permitirá que nossos profissionais tenham reconhecimento global”, afirma Torkomian.

O sucesso da Missão também abriu caminho para novas iniciativas. Segundo a presidente, o FORTEC já estuda a viabilização de outras Missões Internacionais. “A experiência foi tão positiva que certamente servirá de modelo para futuras ações. Com planejamento mais amplo, poderemos ampliar o impacto e o alcance dessas iniciativas.”

Desdobramentos estratégicos e novos horizontes

Além dos aprendizados técnicos e das conexões institucionais estabelecidas, a Missão produziu impactos concretos na projeção do FORTEC no cenário internacional. Segundo uma das coordenadoras da iniciativa, “o fato de termos sido o maior grupo estrangeiro presente ao evento produziu um impacto altamente positivo não só junto aos organizadores, mas também aos demais participantes estrangeiros, pois demonstrou a vitalidade do ecossistema brasileiro de inovação”.

Outro destaque apontado pelos organizadores foi o valor da aprendizagem proporcionada a cada participante, tanto em nível individual quanto coletivo. “Conhecer outras experiências, principalmente em instituições mais avançadas na área de atuação dos NIT, enriquece a bagagem de conhecimento tão necessária para aperfeiçoar a atuação profissional”, concluiu Ritter.

Reflexão e futuro da inovação no Brasil

Apesar dos desafios enfrentados — como a alta do dólar e o curto tempo de organização — a Missão se mostrou uma iniciativa acertada. Para Torkomian, é preciso valorizar o que já se faz no Brasil e, ao mesmo tempo, aprimorar a forma como se comunicam esses resultados. “Temos que trabalhar por políticas de Estado que deem continuidade às ações e fortaleçam a cultura da inovação. E tudo começa com a base: a educação”, conclui.

A primeira Missão Internacional do FORTEC reforça não apenas o compromisso da entidade com a capacitação de seus membros, mas também a importância da articulação internacional como vetor de fortalecimento dos NIT e de todo o ecossistema nacional de inovação.

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